terça-feira, 28 de setembro de 2010

Casa do Baile, um baile de cultura arquitetura e paisagismo.

Parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, a Casa do Baile foi reaberta em dezembro de 2002, transformando-se em Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e do Design, ligado à Fundação Municipal de Cultura que por sua vez é ligada à Prefeitura de Belo Horizonte.
 A proposta deste centro é a de organizar, documentar e valorizar tanto os espaços construídos e simbólicos da cidade quanto objetos que se tornaram referência na vida cotidiana de nossa sociedade. Para tanto, o acesso democrático às informações relativas ao urbanismo, arquitetura e design torna-se fundamental para a valorização da identidade social dos belohorizontinos.
 A Casa recebe exposições temporárias, a divulga publicações, desenvolve seminários, encontros e outros eventos relacionados às áreas pertinentes à Casa. Possui um salão de 255m2, um auditório de 53 lugares com recursos multimídia, salas de apoio administrativo, ilha digital com os acervos documentais disponíveis a pesquisadores e ao público em geral.
 A Casa do Baile foi inaugurada em 1943 para abrigar um pequeno restaurante, um salão com mesas, pista de dança, cozinhas e toaletes. Situada numa pequena ilha artificial ligada por uma pequena ponte de concreto à orla. Com a finalidade de criar na Pampulha um centro de reuniões populares, a Prefeitura fez o edifício do Baile, local destinado às diversões havendo, portanto, duas finalidades na execução desta obra – a de valorização artística da Pampulha e a função social, como diversão para o povo.
 Como espaço de lazer e entretenimento nas noites belohorizontinas, a Casa do Baile logo se tornou palco de atividades musicais e dançantes freqüentada pela sociedade mineira. A proibição do jogo em 1946, resultou no fechamento do Cassino, atual Museu de Arte da Pampulha - MAP, refletindo sobre a vizinha Casa do Baile, que também foi obrigada a encerrar suas atividades em 1948.
 A partir desta data, sob a administração da Prefeitura, o espaço foi utilizado para variados fins comerciais. Nos anos 80, funcionou como anexo do Museu de Arte da Pampulha, restaurante e acabou novamente fechada.
 Como reconhecimento de sua importância para a identidade cultural do país, a edificação mereceu o tombamento em esfera federal, estadual e municipal.
 Em 2002 a Casa do Baile foi reaberta após sua restauração, realizada sob a coordenação do próprio Oscar Niemeyer com novos sistemas de climatização e iluminação. Seus jardins também passaram por um processo de revitalização obedecendo à intenção paisagística da proposta original de Burle Marx.
Referência da moderna arquitetura brasileira, seu projeto original e seu paisagismo foram concebidos por Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx, respectivamente.
 O projeto arquitetônico e paisagístico propunha uma integração total com o ambiente da lagoa. Niemeyer afirma ter sido o projeto com o qual ele se ocupou das curvas - sua marca registrada - com mais desenvoltura. A planta da Casa do Baile se desenvolve a partir de duas circunferências que se tangenciam internamente. Delas desprende-se uma marquise sinuosa que provoca o olhar e não deixa de incitar a comparação com as curvas das margens da represa. Esta marquise é suportada por colunas que também contornam todo o volume circular e morre em outro pequeno volume de forma amebóide. À frente deste, há um pequeno palco circular cercado por um lago também de forma de ameba. O projeto estrutural é de autoria do engenheiro Albino Froufe.

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