O edifício de linhas sóbrias e retas, ao estilo art déco, e fachada discreta, ganhou suntuosa ornamentação artística interna, assinada pelo pintor italiano Ângelo Bigi, radicado no Brasil. Bigi pressentiu que aquela seria a sua grande obra. Legou ao Central uma decoração de sabor de antiguidade clássica, com cenas de ninfas e faunos em jardins românticos e paradisíacos, uma Arcádia mitológica que exala paz, harmonia e felicidade. Ao centro, medalhões com as efígies de grandes mestres da música: Wagner, Verdi, Beethoven e o nosso Carlos Gomes. Enfim Juiz de Fora podia se orgulhar de contar com um teatro digno de sua importância econômica, política e cultural.
Na década de
O resgate de um patrimônio como este era algo complexo e demandava mão-de-obra especializada e recursos que só seriam reunidos com o empenho de muitas fontes. Não demorou para que toda a verba fosse captada e a reforma, orçada
Localizado no coração da cidade, em sua artéria mais querida, a rua Halfeld, apesar de iniciativa particular, o Central exerceria a função de teatro municipal, o espaço elegante e tecnicamente adequado para a apresentação dos grandes espetáculos. Um dos maiores teatros do país, com seus quase dois mil lugares, seria também um dos mais belos e uma das poucas casas do Brasil com infra-estrutura para montagens tão diversas quanto teatro, ópera, balé e concertos. Com este perfil, o palco do Cine-Theatro Central receberia, nas décadas seguintes, alguns dos mais prestigiados artistas nacionais da música, do teatro e da dança.
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