A Gruta de Maquiné é a maior de Minas Gerais, e está a 120 quilômetros de Belo Horizonte, perto da cidade de Cordisburgo.
O local é ponto turístico que possui 440 metros abertos a visitação do público, mas são 650 metros de extensão total.
São grandes salões e galerias, resultantes da atividade erosiva milenar, que fazem desta uma gruta fantástica, linda e cheia de histórias. O dinamarquês Peter Wilhelm Lund assim descreveu a Gruta de Maquiné "A mais rica imaginação poética não saberia engendrar uma tão esplêndida morada para os seres maravilhosos; diante desta notável gruta; ela seria forçada a confessar sua impotência... Quanto a mim, confesso que, seja quanto à natureza, seja quanto à arte, jamais contemplei algo tão maravilhoso".
A gruta da terra do escritor Guimarães Rosa foi estudada pelo botânico e zoólogo dinamarquês Peter Lund, quando ele peregrinava pela bacia do Rio das Velhas, em busca de espécies animais e vegetais. Na área foram encontradas pedras, ossadas humanas e restos de animais pré-históricos. A Gruta foi descoberta, porém, em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné, na época, o proprietário das terras.
O preparo de iluminação e passarelas possibilita aos visitantes vislumbrarem, com segurança, as maravilhas de Maquiné, onde todo percurso é acompanhado por um guia local. A direção principal da caverna é de norte para sul, tendo em sua maior extensão de 1440 pés. É essencialmente horizontal, não subindo coisa alguma e descendo apenas um pouco para terminar-se numa fenda vertical que parece fechar-se pela parte superior. Forma uma galeria contínua com uma largura média de 30 a 40 pés e uma altura de 50 a 60 pés. O elemento principal de sua formação é o carbonato de cálcio, ajudando também outros minerais como: a sílica, gesso, quartzo e o ferro.
Maquiné apresenta sete galerias denominadas de acordo com as formações que apresentam:
1ª CÂMARA: é chamada de “Vestíbulo".
2ª CÂMARA: é denominada “sala das colunas”.
3ª CÂMARA: é chamada de “altar ou trono”.
4ª CÂMARA: tem denominação de “carneiro”.
5ª CÂMARA: denominada, “salão das piscinas”.
6ª CÂMARA: denominada “salão das fadas".
7ª CÂMARA: é dividida em duas partes:
7ª(A) – denominada “salão Dr. Lund”.
7ª(B) – denominada “salão do cemitério”.
Nas palavras de Guimarães Rosa: “E mais do que tudo, a Gruta do Maquiné – tão inesperada de grande, com seus sete salões encobertos, diversos, seus enfeites de tantas cores e tantos formatos de sonho, rebrilhando risos de luz - ali dentro a gente se esquecia numa admiração esquisita, mais forte que o juízo de cada um, com mais glória resplandecente do que uma festa, do que uma igreja.”
Chegamos agora no ponto que, para mim, é o mais interessante e inspirador da Gruta, motivo do título desta postagem: a lenda de Maquiné, A Gruta Fantástica:
Num bosque bonito, vivia um Rei muito poderoso. Poderoso e magro. Magérrimo. Morava num belo castelo e levava uma vida sossegada, pois bastava bater palmas para obter tudo que queria.Tinha muitos súditos e escravos. Entre eles, havia treze Anõezinhos de quem gostava particularmente.
Os Anõezinhos eram artistas: faziam versos, músicas, desenhavam esculpiam, pintavam... porém, após muitos anos de trabalho, estavam cansados, e pensando em fugir, mas o reino era muito bem guardado.
O Rei, além de magro e alto, era fraco, por isso, quando fazia força, chamava o Gorducho para levá-lo, que era tão gordo que parecia cheio de ar. Gorducho não suportava os anõezinhos, e a recíproca era verdadeira: viviam às turras.
Com o tempo, o Rei começou a entediar-se e pediu para o Mágico inventar algo. O Mágico sugeriu-lhe que viajasse.
O Rei disse que não podia, pois isso exigiria esforço, o que poderia fazê-lo emagrecer. Se ele emagrecesse mais, ficaria invisível. Ordenou então ao Mágico que descobrisse um modo de viajar sem sacrifícios.
O Mágico pensava... Os dias passavam.... O Rei se impacientava....
Até que um dia o Mágico encontrou a solução: um Espelho Mágico por onde se podia viajar para qualquer lugar. Deu ao Rei apenas uma recomendação que foi: cuidar bem do espelho, mantendo-o junto a si e disfarçando-o quando chegasse a lugares estranhos, porque se alguém o quebrasse, não poderia mais voltar.
Os Anõezinhos e o Gorducho, que escutaram tudo escondidos, viram aí sua oportunidade de fugir. Quando o Mágico estava preparando o Rei, o Gorducho jogou-se sobre os Anõezinhos, que caíram sobre o Rei, se embolaram e foram todos juntos para dentro do espelho.
Caíram numa gruta. O Rei, ao perceber que estavam querendo fugir, ficou furioso e sacou de sua espada para executá-los ali mesmo. Esconderam-se atrás do espelho e o Rei, golpeando às cegas, acabou quebrando-o.
Nunca mais puderam voltar. Tornaram-se amigos e começaram a abrir galerias, enfeitar as grutas, esculpir, decorar as paredes com pedaços de espelhos....
E foi assim que começou a beleza incrível existente nas grutas de Maquiné...
Fontes: http://www.cordisburgo.mg.gov.br
http://www.minasgeraistur.com.br
http://www.guiadasemana.com.br
http://www.viagensmaneiras.com
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