terça-feira, 28 de setembro de 2010

Casa do Baile, um baile de cultura arquitetura e paisagismo.

Parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, a Casa do Baile foi reaberta em dezembro de 2002, transformando-se em Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e do Design, ligado à Fundação Municipal de Cultura que por sua vez é ligada à Prefeitura de Belo Horizonte.
 A proposta deste centro é a de organizar, documentar e valorizar tanto os espaços construídos e simbólicos da cidade quanto objetos que se tornaram referência na vida cotidiana de nossa sociedade. Para tanto, o acesso democrático às informações relativas ao urbanismo, arquitetura e design torna-se fundamental para a valorização da identidade social dos belohorizontinos.
 A Casa recebe exposições temporárias, a divulga publicações, desenvolve seminários, encontros e outros eventos relacionados às áreas pertinentes à Casa. Possui um salão de 255m2, um auditório de 53 lugares com recursos multimídia, salas de apoio administrativo, ilha digital com os acervos documentais disponíveis a pesquisadores e ao público em geral.
 A Casa do Baile foi inaugurada em 1943 para abrigar um pequeno restaurante, um salão com mesas, pista de dança, cozinhas e toaletes. Situada numa pequena ilha artificial ligada por uma pequena ponte de concreto à orla. Com a finalidade de criar na Pampulha um centro de reuniões populares, a Prefeitura fez o edifício do Baile, local destinado às diversões havendo, portanto, duas finalidades na execução desta obra – a de valorização artística da Pampulha e a função social, como diversão para o povo.
 Como espaço de lazer e entretenimento nas noites belohorizontinas, a Casa do Baile logo se tornou palco de atividades musicais e dançantes freqüentada pela sociedade mineira. A proibição do jogo em 1946, resultou no fechamento do Cassino, atual Museu de Arte da Pampulha - MAP, refletindo sobre a vizinha Casa do Baile, que também foi obrigada a encerrar suas atividades em 1948.
 A partir desta data, sob a administração da Prefeitura, o espaço foi utilizado para variados fins comerciais. Nos anos 80, funcionou como anexo do Museu de Arte da Pampulha, restaurante e acabou novamente fechada.
 Como reconhecimento de sua importância para a identidade cultural do país, a edificação mereceu o tombamento em esfera federal, estadual e municipal.
 Em 2002 a Casa do Baile foi reaberta após sua restauração, realizada sob a coordenação do próprio Oscar Niemeyer com novos sistemas de climatização e iluminação. Seus jardins também passaram por um processo de revitalização obedecendo à intenção paisagística da proposta original de Burle Marx.
Referência da moderna arquitetura brasileira, seu projeto original e seu paisagismo foram concebidos por Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx, respectivamente.
 O projeto arquitetônico e paisagístico propunha uma integração total com o ambiente da lagoa. Niemeyer afirma ter sido o projeto com o qual ele se ocupou das curvas - sua marca registrada - com mais desenvoltura. A planta da Casa do Baile se desenvolve a partir de duas circunferências que se tangenciam internamente. Delas desprende-se uma marquise sinuosa que provoca o olhar e não deixa de incitar a comparação com as curvas das margens da represa. Esta marquise é suportada por colunas que também contornam todo o volume circular e morre em outro pequeno volume de forma amebóide. À frente deste, há um pequeno palco circular cercado por um lago também de forma de ameba. O projeto estrutural é de autoria do engenheiro Albino Froufe.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Efeitos da mineração no meio ambiente




Os minérios, tanto metálicos como não-metálicos, são utilizados, como é sabido, em uma infinidade de produtos humanos, da construção civil a bens industriais. No entanto, como a mineração em geral trabalha bem distante das cidades, poucas pessoas se dão conta dos seus extraordinários impactos ambientais.

O máximo que a maioria das pessoas já viu foram as pedreiras urbanas, enquanto elas ainda eram toleradas em cidades como Minas Gerais, que deixaram enormes cicatrizes na paisagem citadina. Essas pessoas não se dão conta do assustador volume de resíduos decorrente dessa atividade

A concentração de arsênio no minério da mina Morro do Ouro, em Paracatu-MG, Brasil, varia de menos de 2500 ppm a mais de 4000 ppm. A concentração média é de 1100 ppm, o que significa 1 kg de arsênio para cada tonelada de minério.

Como, até o momento, 300 milhões de toneladas de minério já foram extraídas do Morro do Ouro e depositados pela RPM/Kinross no lago de rejeitos do vale do Córrego Santo Antônio, significa que a RPM/Kinross (empresa mineradora canadense, que trabalha com mineração no Brasil) já depositou 300 mil toneladas de arsênio neste vale.

Com o seu projeto de expansão III, a mineradora transnacional canadense Kinross ameaça depositar mais de um milhão de toneladas de veneno na caixa d’água de milhões de brasileiros.





quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade



O Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade está localizado a 48 km da capital mineira e a 16 km do município de Caeté, num cenário de riquíssima beleza natural, no alto da montanha, a 1746 metros acima do nível do mar. Além de ser um local convidativo à reflexão, à oração e ao encontro com Deus, o Santuário é uma atrativa opção para quem procura um momento de relaxamento e contato com a natureza. Do alto do Santuário, em dias claros, é possível ter uma das mais belas vistas das montanhas de Minas. 360 graus de panorama, com mil e uma facetas da beleza que só a mãe natureza oferece de maneira tão generosa, inspirando a conduta humana. Em dias mais frios e nublados, o espetáculo é ainda mais bonito. Do topo da Serra da Piedade descortina-se uma deslumbrante paisagem do verde das matas subindo e descendo montanhas, de onde avista-se também cinco cidades: Belo Horizonte, Caeté, Lagoa Santa, Raposos e Sabará.

JUBILEU DE OURO DA CONSAGRAÇÃO DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE - PADROEIRA DE MINAS

Neste ano de 2010 estamos comemorando o cinquentenário da proclamação oficial de Nossa Senhora da Piedade como padroeira do Estado de Minas Gerais.O ano jubilar está sendo vivido em meio a muitos empenhos pela preservação do conjunto de tudo o que constitui este grande dom de Deus, o Santuário de Nossa Senhora na Serra da Piedade. Os esforços incluem o cuidado e melhorias de toda a infraestrutura do Santuário para proporcionar aos fiéis as melhores condições para sua peregrinação, vivência espiritual e deleite desta beleza singular e tão única.

Evento é elogiado por participante que diz que a conversa deve continuar.

Caros amigos, quero poder expressar meu enorme contentamento em ter participado hoje do Simpósio de Moda Una. Me sinto privilegiada e orgulhosa de estar não somente participando ativamente, mas tbm contribuindo como testemunha desse universo infinito que é a moda.

Quero agradecer a oportunidade e me coloco à disposição para agregar forças nos projetos futuros.

Abraços.

Iris Chaves.


Abaixo segue a programação do Evento Salto em Negócios da ACMinas, sugiro não só aos professores, mas tbm aos alunos da UNA se interessarem e participarem. Obrigada
.



Site: www.acminas.com.br/saltoemnegocio







Evento foi mais que um encontro acadêmico-científico, emocionou

Confiram o que escreveu uma das palestrantes no faceboock após o evento:


Moema Breves da Nonfashion - "Chorei uma vez pela manhã e agradeci. Havia tempos eu não chorava de alegria. Chorei novamente a tarde, desta vez de muita alegria acumulada... Venci uma maratona onde muitos vencem juntos. A lua cheia de hoje simboliza a minha lua nova. Obrigada, muito obrigada aos que me apoiam".


Minas vista pelo SIMPLES meio de parar no tempo.

'A fotografia, antes de tudo é um testemunho. Quando se aponta a câmara para algum objeto ou sujeito, constrói-se um significado, faz-se uma escolha, seleciona-se um tema e conta-se uma história, cabe a nós, espectadores, o imenso desafio de lê-las.'
Ivan Lima






Minas Gerais é e sempre foi o palco,tema e inspiração para as mais belas imagens,lembranças e historias,difícil é passar por aqui sem se render ao espetáculo da vida e natureza que esta a nossa volta.Diante disso nada mais digno do que ver Minas com outros olhos, de outros ângulos pois de todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante.A fotografia merece muito valor e lugar no mundo pois ela nos mostra instantes que estão continuamente desaparecendo,nos vivemos de pequenos instantes.
Um lugar de gente simples,que da valor a vida e as pessoas,gente humilde,flora e fauna em perfeita harmonia,tudo perfeito para esse grande cenário que é Minas Gerais.

Por essas e outras que escolho aqui como inspiração Meu Simples Instante Minas Gerais.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

CORES!CORES!CORES!


Foco para as cores dos cenários e figurinos, para as cores das emoções que o longa nos provoca, para as cores das relações intrínsecas a infância, e ao jeito leve das expressões da criança. Estes são os elementos que serão explorados para o desenvolvimento da minha coleção.

As fotografias do painel foram retiradas do próprio filme do Menino Maluquinho e remetem a um pouco daquilo que é construído no meu imaginário ao assisti-lo.

A deliciosa inoência da escrita infantil. A expressão de um menino brincando de sonhos e fantasias. O uniforme e a bolsa (lindos!), além do cenário retrô (que também é lindo!). O Menino e sua relação de admiração/paixão com o avô. E o balão que possui grande valor simbólico na história.

Evento Moda Mineira Una encerra as inscrições com dobro de vagas oferecidas


A 1ª edição do Seminário “Moda Mineira Una: Criação, Mercado e Vivências” que acontece nesta quarta-feira 22/09 no auditório nobre do campus Aimorés na Rua Aimorés, 1451, a partir das 8h teve as inscrições encerradas com mais do que o dobro das vagas, segundo Alexandre Siqueira, um dos organizadores do evento.

“Começamos ofertando 120 vagas. Mas a procura foi grande. Ampliamos as vagas e tivemos mais do que o dobro de inscritos até o encerramento”, comenta ele. O evento, pioneiro no Estado, é o primeiro evento acadêmico mineiro, de caráter permanente, aproximando universidades de mercado no objetivo de contribuir com a evolução da moda mineira.

Já na primeira edição, palestrantes de peso revelam diferentes facetas do mercado mineiro e seus desafios: Fernanda Cotta, organizadora do Minas Trend Preview junto a FIEMG, Moema Breves, consultora de moda e empresária do setor, Pedro Embiruçu, novo talento mineiro, ex-aluno UNA que desfila no Minas Trend Preview com marca homônima, além de integrante da equipe de estilo da marca Regina Salomão e Graziele Coelho, estilista integrante das equipes de estilo das marcas Chicletes com Guaraná, Patrícia Moda e sócia da marca insanas. (confira palestras e programação completa clicando no cartaz ao lado).

Segundo a organização os seminários serão semestrais e reunirão destacados profissionais das mais diversas áreas da moda para troca de práticas, experiências e debates com estudantes, imprensa, profissionais e comunidade em geral.

Para Júlio Pessoa, Coordenador dos Cursos de Moda, Design de Moda e Cinema da Una, o evento é um passo importante que a instituição dá para construção de um diálogo sólido com a indústria da moda mineira e para o fortalecimento do Estado como pólo criador de moda no Brasil.

Para quem não conseguiu inscrever-se a tempo, antes do evento ainda serão aceitas inscrições. Vale lembrar que o evento é inteiramente gratuito e aberto a todos os interessados em moda e terá certificação.

* Na foto, desfile de estréia do estilista Pedro Embiruçu no Minas Trend Preview, talento formado na UNA.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Não, não é só um pedaço de pano !


Não, não é só um pedaço de pano simples, em seu conteúdo é representada toda a história de um povo, suas convicções, lutas e esperanças. Usada tanto em períodos de paz como de guerra, é um dos símbolos universais mais abrangentes e comunicativos.
A bandeira de Minas Gerais era um projeto para uma bandeira nacional, de autoria dos inconfidentes mineiros. Contudo, acabou sendo instituída como bandeira oficial do estado de Minas Gerais pela lei estadual nº 2793 de 8 de janeiro de 1963, embora as origens de sua utilização remontem ao século XVIII.
De acordo com Tiradentes, o triângulo central simbolizava a Santíssima Trindade, e, segundo muitos, os ideais pregados pela Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Há controvérsias a respeito da cor original do triângulo, que alguns julgam ser verde originalmente. O vermelho, contudo, acabou sendo adotado como símbolo-mor das revoluções. O triângulo também demonstra a influência da Maçonaria na Inconfidência Mineira, por ser um dos símbolos usados por esta organização.

Grupo Corpo apresenta: Lecuona


Lecuona estreiou em 2004 para quebrar tradições. Até então, todos os espetáculos do Grupo Corpo possuiam a trilha sonora brasileira e, dessa vez, ele traz as músicas do cubano Ernesto Lecuona. São seis casais dançando uma grande sequência de pas-de-deux, se unindo somente no final, para uma coreografia em grupo. O cenário é todo preto, assim como o figurino dos bailarinos. A única cor vista no palco é a do figurino das bailarinas, e cada uma tem a sua cor específica, incluindo os sapatos. A cena final é composta de espelhos no fundo e nas laterais, o que torna os doze bailarinos infinitos, dando um efeito visual incrível! As cores também dão lugar ao branco, que torna a valsa bem mais elegante!
As canções de Lecuona falam sobre amor, paixão e sensualidade, e isso se mostra presente em todos os momentos e detalhes do espetáculo!!
No ano de 2010, Lecuona foi escolhido pelo público para ser apresentado na turnê de 35 anos do Grupo Corpo.

Cine Theatro Central: de Juiz de Fora para o Brasil.

Já morei dois anos em Juiz de Fora, nesses dois anos tive o privilégio de ir algumas vezes ao Cine Theatro Central. A beleza desse é encantadora e já me motivou a muitas coisas. Hoje não é diferente, todas as vezes que volto à cidade faço questão de dar uma passada no Central. Fiz dele minha inspiração para criação de uma coleção.

O edifício de linhas sóbrias e retas, ao estilo art déco, e fachada discreta, ganhou suntuosa ornamentação artística interna, assinada pelo pintor italiano Ângelo Bigi, radicado no Brasil. Bigi pressentiu que aquela seria a sua grande obra. Legou ao Central uma decoração de sabor de antiguidade clássica, com cenas de ninfas e faunos em jardins românticos e paradisíacos, uma Arcádia mitológica que exala paz, harmonia e felicidade. Ao centro, medalhões com as efígies de grandes mestres da música: Wagner, Verdi, Beethoven e o nosso Carlos Gomes. Enfim Juiz de Fora podia se orgulhar de contar com um teatro digno de sua importância econômica, política e cultural.

Na década de 80 a situação agravou para o Cine Theatro Central. Seu destino estava em jogo e a palavra-chave para salvá-lo era desapropriação. A administração municipal, porém, não tinha os recursos necessários para isso. A solução, depois de muitas negociações com a Companhia Franco-Brasileira, então proprietária do cine-teatro, foi a mobilização de lideranças locais no Governo Federal e a aquisição do imóvel pela Universidade Federal de Juiz de Fora, através de recursos do Ministério da Educação, em 1994. Neste mesmo ano, o Central seria tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O desafio seguinte seria a viabilização da completa restauração do Cine-Theatro Central.

O resgate de um patrimônio como este era algo complexo e demandava mão-de-obra especializada e recursos que só seriam reunidos com o empenho de muitas fontes. Não demorou para que toda a verba fosse captada e a reforma, orçada em aproximadamente R$ 2 milhões, tivesse início em janeiro de 1996. A recuperação ficou sob o encargo da empresa especializada Espaço-Tempo, de Belo Horizonte. Durante mais de oito meses, quatro restauradores profissionais coordenaram as células de trabalho de equipes formadas por estudantes de artes, arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, que se equilibraram sobre uma plataforma de 500 metros quadrados para a tarefa de limpeza, fixação e restauração das pinturas de Ângelo Bigi no forro.

Localizado no coração da cidade, em sua artéria mais querida, a rua Halfeld, apesar de iniciativa particular, o Central exerceria a função de teatro municipal, o espaço elegante e tecnicamente adequado para a apresentação dos grandes espetáculos. Um dos maiores teatros do país, com seus quase dois mil lugares, seria também um dos mais belos e uma das poucas casas do Brasil com infra-estrutura para montagens tão diversas quanto teatro, ópera, balé e concertos. Com este perfil, o palco do Cine-Theatro Central receberia, nas décadas seguintes, alguns dos mais prestigiados artistas nacionais da música, do teatro e da dança.

Painel de inspiração:

Ouro Preto : Jóia e Arquitetura Mineira



Encravada num vale profundo das encostas da Serra do Espinhaço,Ouro Preto, a antiga capital de Minas Gerais deve sua fulgurante fortuna, no século XVIII, à descoberta de fabulosas jazidas de ouro no final do século anterior pelo paulista Antonio Dias, que descobriu pedras negras nas águas dessa região. O ouro era tão brilhante e tão reluzente quanto o sol, e foi um marco histórico para o Brasil, pois ele se igualou em riquezas se comparados a outros países. Mas, seu destino singular, que a tornou uma das preciosidades da arte barroca na América do Sul, deve-se à mistura de um grupo de homens de fé, aventureiros, artistas, caçadores de ouro e escravos.


Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1980, a cidade tem um conjunto incrivelmente preservado de igrejas barrocas e edifícios coloniais, que se descobre nas ruelas de pedras que serpenteiam a colina. Mais do que uma visita ‘cultural’, Ouro Preto, antiga Villa Rica, nos dá a oportunidade rara de um verdadeiro choque estético.

Ouro preto é então, um seio de riquezas e também dona de uma arquitetura belíssima, jamais esquecida.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

“ A imagem do Cruzeiro resplandece ”




O Cruzeiro Esporte Clube surgiu em 1920 de um antigo sonho da colônia italiana e foi fundado oficialmente em 2 de janeiro de 1921. Desde então o clube vem construindo uma história de “conquistas e vitórias” e despertando a paixão em milhares de torcedores.
Por eu ser uma cruzeirense apaixonada, não tive dúvida ao escolher o tema que seria criado minha primeira coleção.

Os 89 anos de história instiga minha inspiração: o antigo Palestra Itália com as cores verde e vermelho, o azul celeste, os títulos, as taças, os antigos uniformes, a tríplice coroa, o mascote Rapozão, o Cruzeiro do Sul e as músicas cantadas para incentivar o time.

Não sei onde tudo isso vai parar... Só sei que começou a muito tempo, desde que me apaixonei pelo Cruzeiro Esporte Clube.

O sobrenatural no imaginário do povo do Vale do Jequitinhonha

Queria falar da riqueza do Vale, porém sabia que se tentasse falar de tudo que tenho vontade de uma vez só talvez não conseguiria “costurar” tudo da melhor maneira em tempo hábil. Optei então por delimitar meu tema de coleção por um aspecto que me interessasse mais na cultura desse povo do Jequitinhonha. Difícil escolher já que amo tanto tudo o que vem de lá e está em minhas raízes. Porém, quando pensava nos causos, nas histórias que sempre ouvi de meus avós, tios e primos, sentia que me demorava mais no pensamento. Então decidi: vou inspirar-me para fazer minha coleção no imaginário do povo do Vale do Jequitinhonha. E posso dizer que essa escolha se deu por duas razões: primeiramente pelo prazer em trabalhar com a palavra, que acredito ter a capacidade de produzir mais imagens e significados que a própria imagem em si; segundo pela riqueza que trazem com histórias que povoam a mente de uma gente que os transmite de geração a geração.

Delimitando um pouco mais, buscarei desenvolver minha coleção baseada nos causos que tratem do sobrenatural, tão presente e tão verdadeiro para aqueles que os contam. A dualidade bem x mal, sacro x profano, Deus e o diabo é recorrente em todos elas e nunca são contadas da mesma maneira, característica da tradição oral. Figuras como o bicho da Pedra Azul, Bicho da Carneira, Bicho do Pé Redondo, a Mulher da Trouxa são alguns personagens em cujas histórias me inspirarei das quais tentarei transportar para a nossa realidade, através do produto final, a atmosfera do fantasioso que permeia o imaginário da região.

MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS-CULTURAIS DOS ARTUROS





“A festa começa quando você começa a sonhar,
quando os tambores começam a dar o sinal.”
Geraldo Arthur Camilo
Arthur Camilo Silvério, nascido em meados do século XIX, ainda durante a escravidão, deixou para seus descendentes as raízes firmes e profundas de uma sólida árvore familiar constituída a partir de seu casamento com Carmelinda Maria da Silva, tiveram onze filhos. A comunidade dos Arturos está situada, no município de Contagem/MG, em terreno que Arthur herdara de seu pai.
Ali, o grupo preserva e recria importantes manifestações tradicionais vinculadas á cultura negra brasileira, a Folia dos Santos Reis que acontece dia seis de janeiro, o batuque, a comemoração da abolição da escravatura que acontece na segunda semana de maio, a festa da capina denominada João do Mato que acontece no dia 15 de dezembro, principalmente, a cerimônia do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, uma manifestação do catolicismo negro popular muito difundida em Minas Gerais, popularmente conhecida por Congado, o encerramento das festividades acontece no dia 25 de dezembro, quando o rei visita os presépios das casas dos Arturos e dos bairros vizinhos. Os ‘pretinhos do Rosário’ louvam, as divindades católica, sobretudo Nossa Senhora do Rosário e os santos negros, ao mesmo tempo em que prestam honras e obrigações a seus ancestrais. Os Arturos representam hoje a grande maioria dos membros dos membros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Contagem. Embora sejam instituições distintas, a família e a irmandade, muitas vezes uma é tomada pela outra, quando o assunto é o Reinado.
Integram os rituais do Reinado dos Arturos:
# a corte real, em que se destacam os Reis Congos, autoridades detentoras do poder maior na hierarquia, representando Nossa Senhora do Rosário e a memória africana;
# o ritual do Candomblé, que são reverenciados os tambores e os antepassados, trata-se de um ritual interno conduzido pelos principais capitães, além dos três tambores tocam-se os guaiás, chocalhos de cesto;
#as guardas de Moçambique e de Congo com seus capitães e vassalos, dentre eles os dançantes e os instrumentistas, este é um evento público;
Estes grupos desempenham funções específicas e complementares, estando submetidos a uma organização hierárquica. Uma parte significativa dos quase quinhentos descendentes de Arthur participa desses grupos, desempenhando papéis variados, sendo os mais importantes ocupados pela primeira geração da família, os Arturos de primeira linha. Atualmente o patriarca é o capitão-mor Mario Braz da Luz, 72 anos, que recebe o carinho e o respeito da comunidade
As cerimônias do Reinado se cumprem através da música incessante produzida pelos vários grupos participantes, anfitriões e visitantes, que tocam e cantam músicas distintas simultaneamente, durante os três dias de duração de uma festa que acontece em Outubro, sábado, domingo e segunda-feira. O Reinado é então um contexto de vivência musical extremamente rico e complexo, pois a música é o meio organizador do tempo ritual do Congado. É através da música que as obrigações e interações espirituais, como também grande parte das relações sociais acontecem.
Os jovens da Comunidade dos Arturos criaram o grupo “Filhos de Zâmbi”, através do projeto “Criança Negra, Criança Linda” desenvolvido pela Pastoral do Negro, incentivados por Tereza de Fátima Hatem, Anaíse Fortunato e Maria Gorete Heredia, em 1991. Em 1997, por motivos diversos, o grupo interrompeu suas atividades, retornando somente em 2001 com o objetivo de divulgar os trabalhos da comunidade e a riqueza da dança afro-brasileira, valorizando a auto-estima e a herança dos ancestrais. O grupo tem se apresentado em diversos espaços culturais, escolas, seminários e participou, entre outros eventos, da Feira de Artesanato do Minas Centro, VI Encontro Mineiro de Dança, no Big Shopping, do lançamento do livro “Sons do Rosário”, no Palácio das Artes, e do Encontro Latino América Cultural, no Sesc Venda Nova. Representaram o Brasil no “Festival Internacional de Las Culturas em Resistência Ollinkan” que acontece no México.
Bibliografia: Júnia Bertolino, Júnia Bertolino é bailarina afro, jornalista (0011097/MG), antropóloga e pós-graduanda em Estudos africanos e afro-brasileiros
Cantando e Reinando com os Arturos, organizados pela comunidade Negra dos Arturos, coordenação de Glaura Lucas e José Bonifácio da Luz.

Museu dos Brinquedos





O Museu dos Brinquedos foi idealizado por Luíza Azevedo Meyer, que durante 12 anos disponibilizou aos visitantes uma coleção rara e diversificada de brinquedos expondo-os em shoppings, casas de cultura e galerias de arte. Em 2006, seis anos após o falecimento de D. Luíza, o seu sonho de transformar sua coleção particular em museu, se concretizou no Instituto Cultural Luíza Azevedo Meyer. O espaço ocupa 282 m2 e é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico, nele, pessoas de todas as idades se emocionam ao aprender um pouco mais sobre os divertidos objetos de infância. Além de exposições de longa duração a coleção participa de mostras itinerantes. No local são realizados cursos, oficinas e lançamento de livros. Atualmente, o acervo conta com cerca de 5.000 peças – muitas delas doadas até hoje – que ilustram a história dos brinquedos no Brasil desde o século XIX, como jogos, piorras, bonecas, carrinhos, fortes apaches, cavalinho de pau, lanternas mágicas, instrumentos musicais, fantoches, livros, discos e outros objetos que proporcionam ao visitante a agradável sensação de voltar aos tempos de criança. Assim, o museu cumpre o seu maior objetivo: pesquisar e ampliar constantemente o acervo de forma a atuar na preservação, conhecimento e divulgação da memória infantil projetada neste patrimônio cultural.

D. Luíza, ou melhor, Vó Luiza e seu espaço

Nascida em São João Del Rei, interior de Minas Gerais, Vó Luíza foi filha de pais comerciantes, mãe de 10 filhos, avó de 22 netos e apaixonada por brinquedos. Ao logo da vida, colecionou mais de 3000 brinquedos e hoje, após seu falecimento, foi criado o Instituto Cultural “Luíza de Azevedo Meyer”, centro sem fins lucrativos que apóia e promove iniciativas no campo do desenvolvimento cultural e educacional de crianças, adolescentes e adultos.

Arquitetura barroca em Minas Gerais




As três igrejas principais de Ouro Preto que levam as marcas de Aleijadinho (Antonio Francisco Lisboa) e do pintor Manoel da Costa Athayde são:

– Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Localizada na Praça Monsenhor Castilho Barbosa, foi construída entre 1711 a 1733, é uma das mais ricas em ouro e prata do Brasil e a mais bela igreja de expressão do barroco mineiro. É a primeira em arte e a segunda em riqueza no Brasil! Os retábulos laterais e o altar-mor, trabalhados e folheados a ouro, mostram o auge do barroco e da mineração no século XVIII. O esplendor dos 472 anjos e dos 434 quilos de ouro que recobrem as talhas é reforçado pela música barroca que ecoa na igreja. No teto de caixotão em baixo-relevo, a pintura ilusionista da época: da porta principal vê-se um cordeiro sobre a cruz; da capela principal, ele se esconde embaixo dela. As obras são de Francisco Xavier de Brito, suposto mestre de Aleijadinho. A imagem de Nosso Senhor dos Passos foi doada pela Espanha. Em anexo, Museu de Arte Sacra.

– Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência
Localizada no largo de Coimbra ou largo de São Francisco, foi construída entre 1771 e 1794 – projeto e construção de Aleijadinho. Na porta há dois medalhões em pedra-sabão: um com a imagem de N. S. da Conceição, o outro com S. Francisco recebendo as cinco chagas de Cristo no monte Alverne. Todos os santos e imagens transmitem a aceitação do sofrimento através da imagem da paixão de Cristo e dos votos franciscanos. Também de Aleijadinho o retábulo do altar-mor e o púlpito. No forro da nave, pintura tridimensional de Athayde apresenta N. S. do Conceição cercada de anjos, todos com feições de mulatos. A mais alta expressão do estilo rococó. Abriga em anexo, parte do acervo do Museu Aleijadinho, na sacristia e no Consistório. Na frente da igreja tem uma feira permanente de artesanato em pedra-sabão.

– Igreja de Nossa Senhora da Conceição ou Matriz de Antônio Dias (praça Antônio Dias)
Substituiu a capela erguida em 1699, pelo bandeirante Antônio Dias, fundador de Vila Rica. Construída entre 1727 a 1760, com projeto e construção de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, é a maior da cidade, rica em trabalhos barrocos. Abriga, em anexo, na sacristia e na cripta, parte do acervo do Museu Aleijadinho, obras de Aleijadinho: mesa funerária de jacarandá e busto de pedra-sabão de S. Francisco de Paula. No altar de N. S. da Boa Morte está sepultado o artista, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Nesta igreja, também encontra-se o túmulo de seu pai.

Outras igrejas:

Igreja de Nossa Senhora do Carmo – Construída entre 1766 a 1776, com projeto do pai de Aleijadinho, Manoel Francisco Lisboa, que morreu e foi substituído pelo filho. Além de modificar a obra, Aleijadinho fez o trabalho de pedra-sabão na portada, o lavabo da sacristia e as talhas dos altares de S. João Batista e N. S. da Piedade. A pintura do forro e o dourado do altar-mór são de Athayde. É a igreja mais central, onde se encontram as últimas obras de Aleijadinho e do mestre Athayde. Os azulejos de faiança portuguesa, do século XVIII, da capela-mor sobre N. S. do Carmo são os únicos em igrejas mineiras.

Igreja de Santa Efigênia ou Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Alto da Cruz) – Há quem diga que foi um projeto do pai de Aleijadinho, outros dizem que foi erguida por Chico Rei e os escravos de sua tribo africana, entre 1733 a 1762, com pó de ouro trazido pelas escravas nos cabelos... (Chico Rei, personagem heróico dos escravos em Vila Rica, foi um rei africano que veio como escravo para o Brasil; com o ouro, ele comprava a alforria de seus súditos). As imagens dos santos, desta igreja, são todas negras. Na pintura do forro, um papa negro, que nunca existiu e, entalhes de anjos, pelicanos, búzios e cascos de tartaruga, decoram seu interior. Possui o relógio mais antigo da cidade, 1762, originalmente construído com apenas um ponteiro.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no largo do Rosário, é de 1785. A rara fachada circular contrasta com o interior simples. A imagem de Santa Helena é atribuída a Aleijadinho.

Igreja de São Francisco de Paula, localiza-se no Morro do Pascoal, próximo ao Terminal Rodoviário. Construída entre 1804 a 1904, é a mais nova da cidade, com excelente vista panorâmica. A imagem principal de São Francisco de Paula é obra de Aleijadinho.

Capela Nossa Senhora do Parto ou Capela do Padre Faria (localizada na rua Padre Faria), sua construção deu-se entre 1701 a 1710 e, portanto, a mais antiga de Ouro Preto. Com uma fachada simples, porém, de rico interior de talha dourada, com estilos barroco e rococó. Possui a única cruz papal da cidade, bem como o sino, na torre ao lado desta igreja, o qual tocou na inauguração de Brasília, atual capital do Brasil... Esta torre, lembra um templo chinês.

A Capela de Santo Antônio, embora seja simples, é a mais antiga da cidade.

Esculpindo a moda com as obras de Aleijadinho



"Era pardo-escuro, tinha voz forte, a fala arrebatada, e o gênio agastado: a estatura era baixa, o corpo cheio e mal configurado, o rosto e a cabeça redondos, e esta volumosa, o cabelo preto e anelado, o da barba cerrado e basto, a testa larga, o nariz regular e algum tanto pontiagudo, os beiços grossos, as orelhas grandes, e o pescoço curto"

Estamos falando de nosso escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial, o Antônio Francisco Lisboa, mis conhecido como Aleijadinho.

Pouco se sabe com certeza sobre sua biografia, que permanece até hoje envolta em cerrado véu de lenda e controvérsia, tornando muito árduo o trabalho de pesquisa sobre ele e ao mesmo tempo transformando-o em uma espécie de herói nacional.

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, era fil

ho natural de um respeitado mestre-de-obras e arquiteto portugês, Manuel Francisco Lisboa, e sua escrava africana, Isabel. Na certidão de batismo invocada por Bretas consta que Antônio, nascido escravo, fora batizado em 29 de agosto de 1730 na então chamada Vila Rica, atual Ouro Preto, na freguesia de nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, tendo como padrinho Antônio dos Reis e sendo alforriado na ocasião por seu pai e senhor. Na certidão não consta a data de nascimento da criança, que pode ter ocorrido alguns dias antes.Entretanto, há argumentos fortes que levam atualmente a se considerar mais provável que tenha nascido em 1738, pois em sua certidão de óbito consta como data de seu falecimento 18 de novembro de 1814, acrescentando que o artista tinha então 76 anos de idade.

Uma perícia realizada em seus restos mortais se inclinou também para o ano de 1738, esta dat

a é aceita pelo Museu Aleijadinho localizado em Ouro Preto,e segundo Vasconcelos o manuscrito original de Bretas, encontrado no arquivo da Arquidiocese de Mariana, re

mete o nascimento a 1738, advertindo corresponder a data ao registrado na certidão de óbito do artista; o motivo da discrepância entre as datas no manuscrito e no opúsculo que foi impresso não é clara.

Em 1738 seu pai casou com Maria Antônia de São Pedro, uma açoriana, e com ela deu quatro meios-irmãos a Aleijadinho, e foi nesta família que o artista cresceu. Segundo Bretas o conhecimento que Aleijadinho tinha de desenho, dearquitetura e escultura fora obtido de seu pai e talvez do desenhista e pintor João Gomes Batista.Terá frequentado o internato do Seminário dos Franciscanos Donatos do Hospício da Terra Santa de 1750 até 1759, em Ouro Preto, onde aprenderia gramática, latim, matemática e religão. Entrementes, assistia seu pai nos trabalhos que ele realizava na Matriz de Antônio Dias e na Casa dos Contos, trabalhando também com seu tio Antônio Francisco Pombal, entalhador, e Francisco Xavier de Brito. Colaborou com José Coelho Noronha na obra da talha dos altares da Matriz de Caeté, projeto de seu pai. Data de 1752 o seu primeiro projeto individual, um desenho para o chafariz do pátio do Palácio dos Governadores em Ouro Preto.

Toda sua obra, entre talha, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contém suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Com um estilo relacionado ao Barroco e ao Rococó, é considerado pela crítica brasileira quase em consenso como o maior expoente da arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiosos estrangeiros é o maior nome do Barroco americano, merecendo um lugar destacado na história da arte do ocidente.

Como ocorre com outros artistas coloniais, a identificação das obras do Aleijadinho é dificultada pelo fato dos artistas da época não assinarem suas obras e pela escassez de fontes documentais. Em geral os documentos como contratos e recibos acordados entre as irmandades religiosas e os artistas são as fontes mais seguras para a atribuição de autoria. Também outros documentos, como a Memória do vereador de Mariana transcrito por Bretas e a tradição oral são elementos úteis. Comparações estilísticas entre as obras autenticadas com as de autoria sugerida podem ser usadas para identificar o autor, embora este critério seja sempre conjetural,ainda mais porque se sabe que o estilo "típico" de Aleijadinho criou escola, sendo continuado por grande número de escultores mineiros e copiado até nos dias de hoje por santeiros da região. Tal estilo foi descrito por Silvio de Vasconcellos como apresentando os seguintes traços:

  • Posicionamentos dos pés em ângulo próximo do reto;
  • Panejamentos com dobras agudas;
  • Proporções quadrangulares das mãos e unhas, com o polegar recuado e alongado e indicador e mínimo afastados, anular e médio unidos de igual comprimento; nas figuras femininas os dedos se afunilam e ondulam, elevando-se em seus terços médios;
  • Queixo dividido por uma cova;
  • Boca entreaberta e lábios pouco carnudos, mas bem desenhados;
  • Nariz afilado e proeminente, narinas profundas e marcadas;
  • Olhos rasgados de formato amendoado, com lacrimais acentuados e pupilas planas; arcadas superciliares alteadas e unidas em "V" na altura do nariz;
  • Bigodes nascendo das narinas, afastados dos lábios e fundidos com a barba; esta é recuada na face e se apresenta bipartida em dois rolos;
  • Braços curtos, um tanto rígidos, especialmente nos relevos;
  • Cabelos estilizados, modelados como rolos sinuosos e estriados, terminados em volutas e com duas mechas sobre a testa;
  • Expressividade acentuada, olhar penetrante.

"O que o Aleijadinho efetivamente deixou representado nesta obra foi uma dinâmica postural de oposições e correspondências. Cada estátua representa um personagem específico, com sua própria fala gestual. Mas apesar dessa independência no espaço representativo e até mesmo no espaço físico, elas mantêm um diálogo corporal, formando uma unidade integrada na dança profética da anunciação da vida, morte e renascimento".

Através da comparação entre a qualidade das várias figuras individuais, pesquisadores chegaram à conclusão de que ele não executou todas as imagens da Via Sacra. Sua mão estaria apenas nas da primeira capela, onde se representa a Santa Ceia, e nas da segunda capela, figurando a Agonia no Horto das Oliveiras. Das outras capelas teria esculpido pessoalmente apenas algumas das figuras. Na terceira, da Prisão, o Cristo e possivelmente São Pedro, e na que abriga duas cenas, a Flagelação e a Coroação de Espinhos, também as figuras de Cristo, e um dos soldados romanos, que teria servido de modelo para todos os outros, esculpidos por seus assistentes. Na capela do Carregamento da Cruz, a figura do Cristo e possivelmente as duas mulheres chorosas, junto com o menino que carrega um prego da cruz. Na capela da Crucificação, suas seriam as imagens do Cristo pregado e dos dois ladrões que o ladearam no Calvário, além, possivelmente, também a de Maria Madalena.

"Os Profetas do Aleijadinho são obras-primas, e isso em três aspectos distintos: arquitetonicamente, enquanto grupo; individualmente, como obras escultóricas, e psicologicamente, como estudo de personagens que representa. Desde este último ponto de vista, elas são … as esculturas mais satisfatórias de personagens do Antigo Testamento que jamais foram executadas, com exceção do Moisés de Michelangelo"

A outra parte do conjunto de Matosinhos são as doze esculturas dos profetas, realizadas entre 1800 e 1805, cujo estilo em particular é fonte de controvérsia desde a manifesta incompreensão de Bernardo Guimarães no século XIX, que desconcertado diante dos aparentes erros de talha e desenho, ainda assim reconhecia nas estátuas momentos de notável beleza e solenidade, verdadeiramente dignas dos profetas. O conjunto se configura como uma das séries mais completas representando profetas na arte cristã ocidental. Estão presentes os quatro principais profetas do Antigo Testamento - Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, em posição de destaque na ala central da escadaria - e oito profetas menores, escolhidos segundo a importância estabelecida na ordem do cânon bíblico, sendo eles Baruc, Oséias, Jonas, Joel, Abdias, Amós, Naum e Habacuc. As proporções das figuras são extremamente distorcidas.

Tema : Rosane Dias, uma grande inspiração !


Tudo começou há uns dois anos atrás, quando estava pensativa em casa e resolvi ir ao shopping do vale (Ipatinga-MG) , chegando lá fui conferir o espaço reservado à exposição de arte (Centro Cultural Usiminas),quando de repente me apaixonei, os quadros eram MARAVILHOSOS, nunca tinha visto algo parecido, era algo realmente autêntico e que despertou um grande interesse, mas que ficou guardado dentro de mim.
Após algum tempo tive a oportunidade de convidar Rosane Dias, para conceder uma palestra na minha escola de ensino médio no qual eu concluía meu terceiro ano, o tema era sobre profissões, na qual o meu grupo ficou responsável por pintura; e me identifiquei muito com Rosane Dias por almejarmos profissões da área de artes que muitas vezes não tem incentivo da família para o vestibulando. Cada vez que pesquisava sobre o trabalho dela me apaixonava mais e mais.

Mais um tempo se passa, e estou eu, no segundo período da faculdade de Moda, o curso dos meus sonhos.

Ao receber um trabalho, para fazer sobre identidade mineira, nele contia uma pesquisa imagética sobre sala de arte /artista; logo me veio à cabeça Rosane Dias, não poderia deixar esta oportunidade me escapar, e dar o fim a minha inquietude e início ao longo trabalho cujo resultado será de seis peças de roupas conceitual sendo uma executada.

E o final só Deus sabe o que vai acontecer, agradeço desde já a ajuda da própria artista Rosane Dias.


A obra do artista mineiro Farnese de Andrade causa forte impressão ao explorar os aspectos singulares da obra de Farnese, que, dono de uma personalidade difícil, morreu em 1996, aos 70 anos, sem ter sua obra suficientemente analisada pela crítica nem absorvida pelo mercado de arte.

"Anunciação", 1983-85-87-95

Farnese de Andrade (1926, Araguari, MG - 1996, Rio de Janeiro, RJ)

Nascido em Araguari, no Triângulo Mineiro, em 1926, Farnese de Andrade Neto entrou em 1945 na Escola do Parque de Belo Horizonte, onde foi aluno de Guignard e contemporâneo de artistas como Amilcar de Castro, Mary Vieira e Mário Siléso. Começou a carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, passou a transformar os restos de madeira e brinquedos que coletava junto com conchas e detritos vindos do mar em obras de arte. Essas obras — assemblages de composições e formatos variados — foram o ponto alto do seu trabalho e da mostra no CCBB.
As primeiras caixas de Farnese já misturam bonecos destruídos, mariscos, cacos e bolas de vidro. Embora tenha sido muitas vezes chamado de escultor, o artista nada esculpia; apenas dava tratamento ao mobiliário mineiro de roça que adquiria em fontes diversas (antiquários, feiras e depósito de demolição), misturando-os à “coleção de restos” que reunia nas praias e até mesmo na rua. As imagens de santos também são um elemento recorrente em sua obra. Elas aparecem invertidas, mutiladas ou envoltas em redomas (nas peças mais antigas) ou resina (mais recentes). Sobretudo os santos popularizados pela Umbanda — como Iemanjá, São Jorge e os gêmeos São Cosme e São Damião.

"O anjo", 1995.
Conheci obras importantíssimas para se compreender a poética do artista, caso, por exemplo, de “Mater” (1990), um pedaço de madeira atravessado por um grosso fio de ferro — que faz o papel de uma espécie de cordão umbilical. Na superfície da madeira, uma foto resinada da mãe do artista e do próprio Farnese, no espelho. É o caso, também, de “Araguary” (1975/1984), um pedestal de madeira onde Farnese instalou, uma foto de sua cidade natal. Em cima do pedestal, pôs ainda uma cabeça de boneca envolta em resina, como se estivesse boiando em líquido. Ou ainda “Anunciação” (1984), uma gamela de madeira em cujo fundo o artista acrescentou uma foto de bebê e a forma de um ovo.
Para a crítica Uiara Bartira a obra de Farnese está estruturada a partir de signos. Apesar de profundamente autobiográficas, suas peças abordariam o tempo inteiro a dualidade entre a vida e a morte — e a angústia do homem diante do fato inevitável de que vai morrer. Outros antagonismos, como o entre feminino e masculino, também são abordados nas assemblages.
“Suportes como gamelas, oratórios, armários e caixas de resina são utilizados como ‘corpo’ e definem diferentes segmentos. As gamelas falam da sensualidade — o feminino —, o que está embaixo. Os oratórios, da cerebralidade — o masculino —, o que está em cima. Os armários discutem sexualidade, o egoísmo, a posse. As caixas — inside — o egocentrismo. Nas resinas residem os medos, as inseguranças e as ansiedades”, escreve Uiara.

"O Anjo de Hiroshima",1968 - 78.

"Viemos do mar", 1978.

"Viemos do mar", 1978.

Bonecos queimados ou mutilados também são outra marca da obra do artista, como se observa na série de trabalhos sobre a tragédia atômica de Hiroshima. Eles também aparecem no filme “Farnese” (1970), dirigido e roteirizado pelo crítico de arte Olívio Tavares de Araújo e escolhido melhor curta-metragem no Festival de Cinema de Brasília de 1971. No filme — restaurado em 2001 e transformado em um DVD que faz parte do livro de luxo “Farnese de Andrade”, editado pela Cosac Naify — a voz em off do diretor comenta o que o espectador está vendo:
“Campos de concentração, cidades devastadas, bombardeiros repletos de Napalm, um humanismo esmagado, a manhã seguinte em Hiroshima e Nagazaki. É nesta atmosfera que respiram os habitantes das caixas de Farnese. A eles se aplica um antigo paradoxo. Imagens que não suportaríamos em sua existência original, depois de reelaboradas pelo artista adquirem uma nova e positiva dimensão. E oferecem uma emoção vizinha da alegria: o prazer que resulta, por força, da beleza”.

"Oratório da Mulher", 1973 - 83.

"Cosme e Damião", 1975.

No livro Farnese de Andrade, da Cosac Naify, o crítico Rodrigo Naves destaca, no texto “A grande tristeza”, a sensação perturbadora que é estar diante da obra de Farnese:
“Conheço pouca coisa mais triste que os trabalhos de Farnese de Andrade. Essas cabeças de boneca arrancadas do corpo lembram maldades de infância. As madeiras gastas de seus trabalhos guardam um tempo esponjoso, que se acumula sobre s ombros e nos paralisa os movimentos. As fotografias e imagens presas nos blocos de poliéster falam de um passado que nos inquieta, mas que não podemos remover ou processar, já que não mais nos pertence.”

Mercado Cultural

Painel de inspirações

Minas tem características culturais marcantes, entre elas, a sua culinária e o seu artesanato. Imagine um lugar que reúne tudo isso e mais um pouco?

O mercado central nasceu em sete de setembro de 1929, na época, conhecido como Mercado Municipal de BH, por meio do empreendedorismo do prefeito Cristiano Machado. A intenção
era reunir, num só local, produtos destinados ao consumo da população da capital mineira. No início, os feirantes se reuniam num terreno de 22 lotes, próximo à praça Raul Soares. A ideia era centralizar o abastecimento da cidade. Naquele momento, o terreno descoberto de 14.000m2 abrigava barracas de madeira.

A proposta da “feira” estava caminhando, o movimento era intenso. Porém, em 1964, o prefeito Jorge Carone resolveu vender as terras, sob a justificativa de impossibilidade administrativa para a feira.

Os comerciantes então se organizaram para impedir o fechamento do mercado, sendo liderados pelo Sr. Raimundo Pereira Lima e criaram uma cooperativa para comprar o imóvel da prefeitura. O grande desafio era construir um galpão coberto em 5 anos, o que só aconteceu devido a um financiamento feito pelos fundadores do Banco Mercantil, que, 15 dias antes da entrega do mercado, acreditaram no projeto e resolveram apoia-lo.

Hoje, o Mercado Central é mais que uma feira. É um lugar de referência da identidade mineira. Você pode encontrar cultura popular, tradição e contemporaneidade em forma produtos legitimamente da nossa terra.

As cores e formas de Inhotim


Inhotim é um lugar em contínua transformação,onde a arte convive em relação única com a natureza. Situado em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (MG), Inhotim ocupa uma área de 45 ha de jardins – parte deles criada pelo paisagista brasileiro Roberto Burle Marx – com uma extensa coleção botânica de espécies tropicais raras e um acervo artístico de relevância internacional. Além da arquitetura dos museus convencionais e dos parques de escultura, Inhotim oferece aos artistas a oportunidade de sonhar e produzir obras de realização complexa.

Arte Contemporânea

O acervo de Inhotim vem sendo formado desde meados de 1980, com foco na arte produzida internacionalmente dos anos 1960 até os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo Parque Ambiental. Uma série de projetos especialmente comissionados por Inhotim estão atualmente em andamento e envolvem artistas como Doug Aitken, Matthew Barney, Rivane Neuenschwander, Pipilotti Rist e Carrol Dunham.

Partindo da minha paixão por Burle Marx e intervenções artísticas na natureza proponho a junção de ambos, trazendo-os para o mundo da moda.

A Moda Das Namoradeiras



As Namoradeiras são bonecas que ficam debruçadas na janela das casas mineiras,com a mão na cabeça experando um amor perfeito. Elas são mulatas e negras para denuciar o preconceito que a maioria das pessoas tem com mulheres negras e mulatas. Essas bonecas representam uma pessoa se exibindo para as pessoas na rua, para isso usam vestidos coloridos e bem decotados, marcando os seios.

Se as Namoradeiras fossem pessoas de verdade, elas seriam mulheres negras mais ousadas, ficariam se mostrando para os homens,isto porque elas são uma referência estereotipada das mulheres interioranas que antigamente passavam longos períodos do dia na janela de suas casas namorando ou apenas esperando o tempo passar. Elas usariam roupas mais indiscretas, para expor o corpo, ou seja, qualquer pessoa que passaria perto dela ia notar o quão ela estava se exibindo.

Apesar de não existir uma história sobre essas bonecas e a discussão sobre sua origem ser incerta, elas sem dúvida estão na moda e alguns espaços de comentários sobre artesanato afirmam que as "namoradeiras" estão ganhando as janelas do País.

Referências:
www.ritapolis.com
www.arteemterblog.blogspot.com

Teatro: a busca, o imaginário, o fantasioso



O teatro é também comovente, tocante, encantador, fantástico e é lá que as coisas acontecem.
Ao lado do teatro e da música, a dança é uma das três principais artes cênicas. A dança se expressa através dos movimentos e nestes movimentos podem ser expressos todos os seus sentimentos, emoções, alegrias e outros. É considerada da arte a mais antiga e completa, pois se cria movimentos e expressa através do corpo.
O Ballet Contemporâneo foi criado no início do século e ainda preserva o uso das pontas e gestuais próximos ao Ballet Clássico. Neste estilo de dança as coreografias se diferem do método clássico e segue passos tradicionais fortemente misturados com sentimentos.
As roupas usadas são geralmente collants e malhas, que dão maior liberdade aos bailarinos dando mais ênfase aos movimentos do corpo.
Umas das características o Ballet Contemporâneo é que ele foi modificado as posições-base do Ballet Clássico, mantém a estrutura do ballet fazendo uso das diagonais e da dança conjunta. O que importa é a transmissão de sentimentos, idéias, conceitos.
Memoravelmente em Minas Gerais, o Ballet Contemporâneo é apresentado pelo Grupo Corpo e pelo Ballet Jovem.
O Grupo Corpo foi fundado por Paulo Pederneiras em 1975, em Belo Horizonte. Foi a absorção de uma identidade artística própria, a sustentação de um padrão de excelência e a construção de uma composição.
Atualmente, no Palácio das Artes, está exposto os 35 anos do Grupo Corpo. Está sendo exposto as cores do espetáculo Ímã; tubos com fotos em backlight expõem imagens de espetáculos diversos da trajetória do grupo e os nomes de todas as cidades percorridas pela companhia em seus 35 anos de estrada.
O Ballet Jovem Palácio das Artes foi criado 2008 pela Fundação Clóvis Salgado para incentivar a profissionalização de artistas e sua entrada no mercado da dança.
O objetivo é preencher um espaço vazio existente entre a formação e a inserção de um bailarino no mercado, um corpo de dança jovem formado por bailarinos com idade à partir dos 15 anos que são preparados para atuarem em companhias e grupos profissionais já estabelecidos no mercado brasileiro.

Eh trem bão!

O comboio ferroviário começou a ganhar importância a partir da Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII), transportando as matérias-primas, os produtos e as pessoas de forma rápida e eficaz para regiões distantes.
Segundo o dicionário, a palavra trem serve para designar o conjunto de objetos que formam a bagagem de um viajante e é pelo fato do comboio ferroviário levar os “trens” das pessoas que ele passa a ser chamado de trem. Além disso, no dicionário a palavra trem designa qualquer objeto ou coisa; coisa, negócio, treco e troço no linguajar popular.
O trem chegou ao Brasil em 1854, financiado pelo Visconde de Mauá. Já em 1858 é inaugurada a segunda ferrovia que posteriormente passa a se chamas Central do Brasil ligando Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Essa ferrovia foi muito importante para o escoamento da produção das jazidas de ferro de Minas Gerais. O transporte ferroviário se torna então o mais importante, já que agilizava o deslocamento não só de mercadorias como de pessoas. Ao redor das linhas ferroviárias nasceram e cresceram vilas e cidades e empregou milhares de pessoas na construção dessas.
Em 30 de setembro de 1880, foi inaugurada a Estrada de Ferro Oeste de Minas que inicialmente ligava as cidades de Antonio Carlos e Barroso. Um ano mais tarde, sua sede passa a ser São João Del Rei. O trem emocionava e despertava o interesse dos moradores que viviam nos arredores da ferrovia. Em 3 de Agosto de 1989, a ferrovia foi tombada pelo patrimônio histórico e chegou a ter 602 km sendo, em 1996, incorporada à Ferrovia Centro-Atlântica. A ferrovia nunca parou de funcionar tornando-se um passeio turístico muito procurado entre as cidades de São João Del Rei e Tiradentes proporcionando uma viagem por uma história de mais de um século.

Painel de Inspiração


Tema
O sincretismo da mineira Sara Ávila


Justificativa
A fusão de elementos presentes nas obras de Sara Ávila, o fluxo ininterrupto de imagens, estranhas, por vezes tensas; esse mundo de devaneios, lúdico, com uma atmosfera neutra, que nos seduz e intriga pela falta de referentes, e nos permite relacionar, referenciar e recriar suas obras dentro de nós leva-me a querer colocar em minha obra um pouco deste mistério. Sincretismo, isto que vejo em diversas obras de Sara Ávila, onde a artista é capaz de utilizar formas (ou não formas) fluidas e efêmeras para criar formas próprias que “se significam” (ÁVILA, p.12), que possuem movimento e fluidez, e, muitas vezes, são também concretas e estáticas; difícil de explicar, mas fácil de entender, quando em frente a uma das obras de flottage de Sara Ávila, até porque os sentimentos são individuais.

(...) diluindo (ou concentrando) as formas com coloridos fluidos (ou densos), soube liquefazer (ou petrificar) os volumes vários exigidos pela figuração, conservando ou consagrando-lhes um sentido de plasticidade (ou de labilidade – variável, instável, transitório), a fim de ir ao encontro das sutilezas de sua intuição estética fundamental. (LATERZA, 1988)

É possível sentir, em meio a tantos sentimentos, uma "mineiridade" presente na obra de Sara, seja pela personalidade que as obras possuem ou adquirem, ou até mesmo pelo “quê” neobarroco que apresentam.

Utilizando-me disso, desse sincretismo “aberto”, pretendo desenvolver uma coleção baseada nesse efeito que a artista provoca, mesclando tecidos, formas e desenhos, e fazendo com que os mesmos, por mais diferentes e distantes que possam parecer, trabalhem de forma sinérgica para criar algo único. Preocupando-me mais com a não-forma do que com a forma e seguindo impulsos interiores, entrarei na busca por uma libertação, vinda de uma espécie de terapia realizada pelas experiências em busca de efeitos e formas; terapia da qual eu só terei alta quando sentir-me realizado com o processo e a obra. E levando em consideração o tema, para que isso aconteça é preciso que a obra possa ser e seja recriada dentro de cada um que a observe, segundo o olhar individual e carregado de histórias intrínsecas de cada participante. “Diante dos trabalhos de Sara Ávila, especialmente do seu signo mais conhecido: as imagens de manchas, inspiradas nos testes de Rorschach, estamos num campo perturbador.” (SEBASTIÃO, p. 06)

Impossível saber o que acontecerá, o que será criado, e nada mais inspirador e instigador do que essa dúvida, afinal “Alguém já disse que a criatividade começa onde o conhecimento acaba.” (ÁVILA, P.47)

Lembrando que, segundo o próprio professor/ orientador Aldo Clécius em seu texto Nippo-Cangaceiro, “Reprocessar, misturar, sacudir, liquidificar, miscigenar. Nada é tão estranho que não possa ser unificado”. Assim seja.

Lucas Santi


Referências:
ÁVILA, Sara. Sara Ávila: depoimento/ [Coordenadores: Fernando Pedro da Silva, Marília Andrés Ribeiro]. Belo Horizonte: C/ Arte, 2001.

Disponível em: http://www.comartevirtual.com.br/sa-crit.htm
Acesso em: 06/09/2010.